A ida a Fátima

Em 2013, fui pela 1ª vez a Fátima, em autonomia, de mochila às costas. Demorei um dia para lá chegar e outro  para voltar a casa. Desde 2010, que vou pelo menos uma vez a Fátima, a pedalar (foi a minha 1ª volta em BTT de longa distância), mas, desta vez, faria ida e volta, pelo mesmo percurso. Foi um fim de semana bem porreiro, com 255 km a pedalar e 2600 m de altimetria. Ao reler este texto, que escrevi há 7 anos, dá para perceber que não tinha o à vontade que tenho hoje a pedalar. No 2º dia, o corpo ressentia-se das pedaladas e estava a adaptar-me à mochila nas costas, a pedalar. Nada é construído rapidamente...nada é de uma hora para a outra! O endurance que tenho hoje a pedalar ganhei-o com insistência e persistência. Acredita sempre em ti, mesmo que hoje não tenhas muito jeito ou que seja difícil realizar algo que gostes!. Tens de crer no teus pensamentos! Um dia, irás olhar para trás e ver que foste mais forte do que alguma vez imaginaste! Vais conseguir realizar tudo o que quiseres!  




1º dia:
Partida: 7h50 Póvoa de Santa Iria
Nº km: 128,1
Altimetria: 1424 m
Tempo andamento: 7h27m47s


O dia começou às 6h da manhã e pronta para pedalar, uma vez mais, até Fátima, em BTT.



Desta vez, seria um pouco diferente. Autonomia total, mochila ás costas e siga!!!! 1ª paragem em Azambuja, para reabastecer de água. Muito calor e é sempre importante hidratar. Até Santarém, o percurso é muito plano, sem grandes dificuldades e sempre a rolar. 


Quando se chega a Santarém, encontra-se a 1ª subida em alcatrão. Já dá para chegar à cidade, com a língua de fora eheh. Mais uma paragem para comer uma bifana no pão, descansar um pouco e contemplar as crianças a brincar no parque.


E a partir daqui, esqueçam o trilho plano! Já se apanha umas boas subidas e descidas, algum alcatrão e há que ter força nas pernas. 


Sofri uma queda aos 82 km que me deixou tratadinha dum braço. A trepidação nos trilhos com pedras não foi fácil para mim e tive de aguentar a dor até ao fim. Não podia deixar que esta queda me estragasse o dia. Mas, mais um azar … um furo! Resolvido, em poucos minutos, com um taco. Siga!!! 


A próxima paragem foi na Praia Fluvial de Olhos D´Água. Só apetecia dar um mergulho com o calor que se sentia!



Tempo para estar um pouco na esplanada a comer um Solero fresquinho.




Que bem que me soube! Já só faltavam perto de 30 km. Ao sair de um trilho com bastante pedra, observa-se um bonito miradouro em Minde.



Aí encontra-se 2 pessoas que me persuadiram a descer por um trilho horrível, cheio de pedra e muito pior do que aquele que tinha acabado de subir … o melhor seria seguir por alcatrão, diziam eles. Bem, não fiquei muito convencida e ao chegar ao início do trilho, segui pelo caminho dos peregrinos e não pelo alcatrão. Afinal, é para se sentir a adrenalina do BTT! E não é que foi a descida mais louca em todo o percurso?!?!? 


Adorei descer por aquele single. O meu pensamento foi “aqueles são paribebes” eheh. (Recentemente, já não achei tanta piada descer por aqui como há uns anos. O single está cada vez mais degradado. Há que ter muita atenção!).
Já faltava pouco e mais um trilho que se seguiu, evitando-se a subida do Covão do Coelho, em alcatrão. 



Os últimos km já foram mais rolantes e finalmente cheguei a Fátima.

 Uns minutos de reflexão, no recinto, mais uma bifana e seguiu-se para o Hotel Canadá, a fim de tomar a bela da banhoca! À noite, uma caminhada, comprar uma lembrança e colocar umas velas para algumas pessoas especiais.


2º dia:
Partida: 9h21 manhã – Fátima
Nº km: 126,83
Altimetria: 1182 m
Tempo andamento: 6h23m04s

7h30 da manhã e o despertador tocava para mais um dia cheio de pedaladas. 




As pernas estavam um pouco doridas. Pedalar com mochila às costas não é tão fácil e exige mais força, principalmente em zonas mais técnicas. Digeri um bom pequeno almoço no hotel. Nestes casos, há que comer como um rei!  Seriam muitas horas a pedalar e, por isso, preciso de energia logo pela manhã! Por estranho que  pareça, sentia-me melhor do que no dia anterior. E à medida que avançava, com mais força me sentia...





 Era bom sinal! O pior seria mesmo o calor. A temperatura estava mais alta do que no dia anterior e muitas vezes foi necessário parar, para encher o bidon. Não sei quantos litros bebi, só sei que foram alguns … o que é extremamente importante! A subida, por alcatrão, pela serra de S. António foi puxadinha. Livrei-me do Covão do Coelho, no dia anterior, mas desta já não escapei! O single é porreiro para descer, mas para subir dispensa-se.


 A paragem para comer uma bela sandes de panado de peru foi feita na Aldeia de Alexandre Herculano, Azoia de Baixo. 


Um bom sítio, para uma pausa, à sombra, com mesas de piquenique e uma fonte. 


A partir de Santarém, foi sempre a rolar, a bom ritmo, entre 25 a 30 km/h. Nem parecia que tinha já tanto quilómetro nas pernas! O calor fazia-se sentir e houve mais uma paragem em Muge para abastecer-me de água. As paragens para as fotos já foram poucas. E finalmente, chegou-se, de novo a casa.


 Missão Cumprida! Excelente passeio! 255 km!

Cada vez mais, estou a adorar pedalar assim...



Sem carros, de mochila às costas, sossego no meio da natureza e a bicicleta como meio de transporte.


 Custos de gasóleo???? Zero! Fui a Fátima e vim, pelo prazer de pedalar e por ser um local de paz. Recordei imensos momentos destes trilhos. Não há tempos, nem relógios! É para se viver o BTT! Foi um excelente fim de semana!


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