4ª Etapa Nacional 2 - Viseu - Chaves

O Hostel onde pernoitei ficava a uns metros do Largo da Sé de Viseu. Já conheço a cidade de outras travessias, desta vez não houve tempo para deambular pelas ruas mas tinha de ir contemplar a magnifica catedral.








Passava um pouco das 7h da manhã, quando me despedi da cidade. A etapa seria longa e com muita subida. Não me importo de acordar cedinho para gozar horas e horas a pedalar e a gozar bons momentos.





A amiga Sunito Helena Caldeira , tinha-me mandado uma mensagem para me fazer um pouco de companhia a pedalar, a partir de Castro D' Aire, já que estava por aqueles lados. Avisei-a bem "olha que é a passo de lesma!" É bom encontrar amigos pelo caminho que nos fazem tão bem!







Não queria parar muito tempo em Castro D' Aire mas não resisti ir à maravilhosa pastelaria que há por lá mesmo em frente à fonte. Já a conheço de outras travessias e tem sempre uma montra divinal. Assim, colocámos um pouco a conversa em dia enquanto degustava o bolo de azeite e bebia o cafezinho. Veio ás costas um folar de maçã maravilhosa! "Metade?", disse o funcionário, ao qual respondo "Inteira!" Quais metades? Pelo caminho, come-se tudo!





Foram poucos km que a minha amiga me acompanhou pois já tinhamos perdido muito tempo no café e ela tinha um almoço com a familia mas já foi muito bom aquele bocadinho em excelente companhia.
Estava mais um dia de Verão! Muito calor, muita subida mas a paisagem é magnifica! Nada custa quando estamos em lugares maravilhosos!




Antes de chegar a Lamego, o Luis Miguel veio ter ao meu encontro a pedalar, pois pelas redes sociais, ele sabia que ia passar por lá. Tive companhia por alguns km até chegar à bonita localidade.




Vou ao posto de turismo para carimbar o passaporte e compro mais um iman para a minha coleção.




Lamego é uma cidade lindissima, onde já tive o prazer de visitar mais calmamente noutras viagens. Desta vez, foi só de passagem!





Antes de ir embora, não resisto em dar uma trinca ao delicioso folar de maçã. Que maravilha!!! É mesmo bom! Percorrer a N2 na altura da Páscoa é muito porreiro em todos os aspectos. Menos confusão na estrada e há sempre gordisses da época Pascoal.





A partir dali até à Régua não há qualquer dificuldade, são quase 12 km sempre a descer!





Encontro o marco 100 e tive de parar para fotografar. Só faltavam 100 km para chegar a Chaves!








Chego ao Peso da Régua e faço um desvio para ir ao centro da localidade. O posto de turismo só abria ás 14h e tive a contemplar o rio por meia hora. Adoro este lugar! Já visitei algumas vezes mas nunca me canso da magnifica paisagem que o Douro oferece. Aproveito a pausa para comprar o bolo da Teixeira. Há sempre senhoras a vender, ao pé do rio, este saboroso bolinho. Recomendo!









A partir dali, vinha a dureza! Muita subida, muito calor e faço uma pequena pausa em Santa Marta de Penaguião para beber uma cola zero. Não costumo beber refrigerantes mas há alturas que sabem tão bem que compensa o mal que fazem. Ao sair do café, há malta que mete conversa e eu digo-lhes que vou até Chaves. Comentam "Ainda é longe!" olhando para o relógio. Eu respondo "com calma, lá chegarei!"










Estava a adorar a etapa! Gosto de bons desafios e as subidas nunca me assustam. Sei que com insistência e persistência, chega-se a todo lado. Posso ser mulher e não ter uma rodinha para me ajudar mas isso não me impede de viver o que quero e o que gosto. Posso não ter tanta força para pedalar mais rápido mas psicologicamente, sei que sou mais forte do que muitos homens.
Antes de chegar a Vila Real, paro para contemplar a paisagem e tirar umas fotos. Um estrangeiro vem de bicicleta em sentido oposto, também em modo bikepacking. Ele para, mete conversa comigo mas eu ia no sentido oposto. Não lhe ia fazer companhia!





Em Vila Real, vou à esquadra da PSP para carimbrar o passaporte. Há algumas esquadras que se consegue carimbar por lá (Faro, Abrantes, Lamego, Vila Real e Chaves).





N degusto nenhuma gordisse local pois tinha o folar de maçã para comer e que me pesava nas costas. Já conheço algumas gulodices de lá, de outras viagens.






Já estava quase! A 40 km do fim, tenho uma boa surpresa! O meu amigo Alvaro Salvador estava à minha espera! "Queres que te leve alguma coisa?" Dei-lhe a mochila que vinha pesada com comida. Por ali, também encontro um grupo de ciclistas de Vila Real. Pararam para me felicitar pela viagem. Malta porreira!



Em Vila Pouca de Aguiar, ando à procura de algum sitio para carimbar o passaporte. Já era tarde mas ainda consegui o carimbo no Crepe da Vila. Já não havia tempo para degustar um crepe mas ficará para uma próxima visita.








Já tinha pouco tempo com luz mas sem a mochila conseguia pedalar mais rápido. Os últimos km foram sempre a um bom ritmo. Estava ansiosa para ver o marco 0. Não queria chegar lá de noite . Queria tirar uma foto ainda de dia!




A poucos km do fim, numa descida, vejo os meus amigos Alvaro e Corina Chaves . A Corina tinha vindo de bicicleta de BTT mas ao ritmo que eu ia, não me apanhou. Não quis parar e no fim, pedi-lhe desculpa pela minha atitude. Estava desejosa de chegar a Chaves, o cansaço já era algum e estava a sentir muita emoção por estar a conquistar mais uma etapa com sucesso.
Ao chegar a Chaves, quase que as lágrimas caiam mas não ... Dei um grande sorriso! O Alvaro veio ao meu encontro de carro e a Corina, passado uns minutos já estava ali comigo para a abraçar. Muito obrigada amigos por me receberem sempre tão bem! Estava felicissima!










Foram muitas horas a pedalar em 4 dias, muito esforço fisico mas ao qual adorei cada km percorrido. Adorei! Aconselho a todos percorrerem a N2, seja a pedalar, de carro, de moto, de autocaravana, a pé pois é fantástico o ambiente que se vive ao longos destes km.

Muita malta me pergunta se gostei mais de fazer a N2, de Norte para Sul em Dezembro de 2016 ou se gostei mais desta vez, no sentido Faro - Chaves. Se é mais duro? Talvez! As duas primeiras etapas tive sempre de lutar contra o vento, nas últimas duas tive o calor. Acho que neste sentido, deixo o melhor para o fim! Não é que não goste do Sul de Portugal pois eu sou uma apaixonada pelo nosso país mas adoro o Norte, adoro subidas longas e adoro a paisagem de montanha. Ser mais dificil, para mim, nunca me impede de fazer algo diferente do habitual.
Haverá sempre dificuldades em qualquer aventura mas se tiveres a pensar nisso, ficarás sempre no conforto do sofá e não vais ver o mundo!
Foram 4 dias espetaculares mas, com mais tempo, faria a N2 mais devagar e usufruia de 7 dias como em 2016. Acho que é o tempo ideal para usufruir desta estrada magnífica que tem tanto para oferecer!
Adorei pedalar com a fininha em modo bikepacking. Num modo que te obriga a pedalares muito mais devagar para gozares a viagem mais calmamente. Adorei!

Fica mais uma boa história na minha memória! Mais uma, entre tantas que já vivi e espero continuar a viver! 




Comentários

  1. Parabéns, eu diria da viagem toda o que gostei mais foi incentivar a pessoas a percorrer a n2, a sairem do sofa, foi fantástico palavras para descrever a tua coragem ,determinação tudo o que uma viagem dessas exige não há, es uma guerreira com um coração grande e doce com as gordices que comes😁

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  2. Fantástico relato, muito bem decorado com magníficas fotografias. Como te havia dito, já diz a N2 "a descer" e qualquer dia(s) lá terei de a fazer "a subir" :) .É com incentivos destes que se fica ainda mais motivado, com aquele bichinho irrequieto que só para quando pomos as pernas a rolar.
    Cá voltarei para ler mais histórias das tuas viagens a pedal. Parabéns e boas pedaladas.

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